O pensamento possui uma FORÇA REAL?
Há anos, muitos anos mesmo, comprei um lindo relógio japonês, de pulso, em Manaus. Feito em macassita, aderia ao meu pulso com delicadeza e não pesava nada. Pois houve um dia no qual o meu reloginho cansou de marcar as horas e os minutos. Muito chateada levei a peça a uma joalheria craque em consertos de relógios parados. O relojoeiro examinou o reloginho e disse que eu deveria mandar buscar no Japão a peça que estragara.
Buscar no Japão? Muito difícil!
Descoroçoada, coloquei o relógio na sua caixinha e na gaveta onde guardo os meus badulaques. Vez por outra, “en passant”, abria a caixa e matava as saudades do relógio. Por várias vezes eu o levei no braço por pura exibição, era tão lindo... Outros relojoeiros também foram visitados numa esperança de vê-lo voltar à sua tarefa de marcar as horas. Tudo em vão!
Foi quando Uri Geller veio ao Brasil pela primeira vez. Nem me lembro se já era a RedeGlobo ou outra emissora diferente, mas o show de Uri Geller iria ser transmitido pela TV.
Na noite aprazada meus seis filhos, seis crianças e eu, nos aboletamos diante da telinha, todo o mundo alvoroçado. Uri Geller iniciou o seu show e chegou o momento de consertar relógios e dobrar garfos e colheres.
Estávamos maravilhados!
No dia seguinte houve o repeteco daquele show. Então, lembrei-me do meu reloginho morto na sua caixa. Pedi aos meus filhos: - Gente, na hora dos consertos todo o mundo de mão fechada fingindo que o meu reloginho prateado está lá dentro. Concentração do pensamento e ... quando o Uri Geller disser – Funciona – vamos gritar “Funciona” também, apertando a mão e pensando no relógio. Foi o que todos nós fizemos. Na hora “H” o grito saiu em uníssono, forte, poderoso e ... corri para o meu quarto, abri a gaveta do armário e peguei a caixinha .... tic-tac-tic-tac... meu reloginho estava porreta e funcionava porretamente!
Em prantos, emocionadíssima, voltei sobre os meus passos com o reloginho nas mãos. No corredor encontrei-me com a Vani, minha funcionária.
“Ai, Sêo Carlito morreu?”
Sêo Carlito era o meu sogro que estava internado no Prontocor.
“Credo Vani, olha só: estou chorando é por quem nasceu de novo! Por meu relógio”.
O telefone tocou em seguida e eu atendi. O telefone estava no meu caminho, quem chamava era o Kaká, meu sobrinho.
“Tia”, e ouvi um tiquetaquear forte, macho, “tia: lembra daquele relógio “estuporado” que estava na prateleira do meu quarto? Fiz o “funciona” junto com o Uri Geller agorinha e o relógio, na minha mão, começou a funcionar de novo!”
Uri Geller, ele próprio, me informou que as crianças são craques para entortar e também consertar coisas.
Comentários
“Existe alguma coisa de trapaceiro (Trickester)
no caráter do shaman e do curador” - Carl Jung, os quatro Arquétipos
Uri Geller continua sendo uma pessoa nebulosa até hoje. Se uns muito gabaritados e outros sem gabarito algum para julgá-lo reduzem-no ao zero chamando-o de charlatão, poucos, mas ostentado todas as qualidades e referências para definirem com justiça quem é realmente Uri Geller, permanecem calados e em dúvida, frente às surpresas que as capacidades psíquicas deste israelense, vez por outra, fazem jorrar.
Uri Geller é mesmo uma figura controvertida. Egoísta, vaidoso, ingrato com os que lhe ofereceram a sua credibilidade suporte e guarida (Andrija Puharich, por exemplo), decepcionando uns e surpreendendo outros, vai levando a sua vida como sempre quis leva-la: no palco, diante de uma platéia, seja num teatro autêntico ou figuradamente tendo o mundo inteiro como palco e seu habitantes como platéia.
O escritor científico Jim Schnabel (colaborador do The Washington Post, Science, New Schientist, The Observer e outros), escreveu um livro precioso sobre a “História Secreta dos Espiões Psíquicos Americanos” – os Remote Viewers”. Os capítulos 9 e 11 deste livro foram dedicados inteiramente à Uri Geller. No decorrer da leitura do livro encontram-se referências feitas a ele também. O capítulo 11 desenrola um verdadeiro filme de horror protagonizado por Uri Geller no laboratório de Livermore no ano de 1974. As ocorrências assustam os leitores como também assustaram os cientistas de Livermore na época. Uri Geller foi levado para este laboratório onde pontificavam, muitas das maiores sumidades em pesquisas psíquicas dos Estados Unidos. Os experimentos que estes cientistas iriam desenvolver com Uri Geller estavam voltados para as supostas habilidades psicocinéticas do israelense. Os experimentadores duvidavam da capacidade telecinética de Uri Geller, a qual ele teimava em exibir quando apresentava o seu “número” de dobrar talheres, colheres, garfos e outros metais.
Estes pesquisadores observaram como todos os pesquisadores dos dotes de Uri Geller anteriormente notaram, que os talheres só se dobravam quando o rapaz os conservava nas mãos. Portanto, durante as experiências, em Livermore, foram feitos vídeo tapes em todas as posições possíveis das mãos de Geller mostrando as suas movimentações. Outra precaução foi desenvolvida com micro esferas que impediam que os talheres fossem dobrados através da força mecânica dos dedos do pesquisado.
Houve também uma sessão feita com lasers. Uri Geller deveria defletir os raios lasers, o que não conseguiu realizar. A próxima tarefa: Uri Geller recebeu um cartão magnético de um programa de computador e foi instado a apagá-lo. Não conseguiu realizar esta tarefa também.
Passando em revista os outros testes feitos no laboratório, os pesquisadores respiraram aliviados: No caso de Geller possuir as habilidades psicocinéticas que ele clamava possuir, elas trabalhariam tão somente a pequenas distâncias, portanto: as armas nucleares americanas continuariam a salvo!
Houve mais: sem o querer, Uri Geller protagonizou sessões genuinamente fantasmagóricas e que assustaram muito os seus pesquisadores e suas famílias. Livermore ficou em polvorosa!
Um dos pesquisadores, Ron Robertson, estava conversando com Uri Geller ao telefone e, de repente, com uma voz totalmente estranha, Geller bancou o vidente e expôs situações futuras que Robertson iria viver, usando de detalhes que se mostraram muito precisos quando todos os fatos visionados se sucederam. As situações aconteceram uma semana depois durante uma viagem que o pesquisador fez com a sua esposa. Nem um só pequeno detalhe dos acontecimentos (e foram muitos e variados) deixou de suceder.
Entusiasmados, os pesquisadores prosseguiram com Geller, criando toda a sorte de testes para que ele os cumprisse. Após uma sessão muito cansativa, por ser composta de muitos detalhes, os pesquisadores, membros do laboratório de Livermore, foram surpreendidos com uma “sessão” muito estranha do tipo filme de terror!
As estranhezas começaram numa sessão de tentativas de dobrar metais e na presença de vários pesquisadores do laboratório. A “sessão” foi completa: gravação em áudio tape, filmagem com vídeo tape e fotos feitas por várias câmeras, inclusive uma câmera especial sensitiva de radiação termal infravermelha.
Quando a equipe foi revelar toda esta parafernália, verificou que havia imagens muito estranhas que não tinham sido filmadas, nem retratadas e nem percebidas ao vivo. Na parede do laboratório dois focos de luz radioativa, duas grandes manchas de calor, como que se alguém as tivesse acendido dentro do aposento ou projetado de fora para dentro. As duas manchas luminosas cresceram em intensidade e depois se reduziram ao nada. O grupo de pesquisadores estava assombrado!
Não ficou só nisto, esta foi apenas a introdução das fantasmagorias. Uma voz metálica sobressaiu-se no áudio tape que haviam feito durante o experimento com Geller, ninguém conseguiu decifrar o que a voz dissera, até que esta voz foi ouvida por um analista da CIA, chamado pelo grupo de pesquisadores para ajudá-los a suportar as estranhezas que pipocavam em Livermore diariamente.
Kennett Crane da CIA possuía experiência parapsicológica, treino como biomédico e penetração nos mais altos níveis de segurança da CIA. Kennett ouvindo a voz metálica no áudio tape assustou-se terrivelmente. A voz revelava “um segredo de estado”, um projeto ultra-secreto, repetindo sem parar o código do mesmo!
O mais interessante é que uma sensação intuitiva de todo o grupo indicou-lhes que a “voz” já sabia de antemão que Kennett seria chamado a ajudar o grupo. As cenas de terror se multiplicavam. Até as famílias dos integrantes do grupo de pesquisadores estavam sendo afetadas.
Discos voadores, do tipo holográfico, surgiam nas salas das residências dos pesquisadores, animais estranhos, um braço sem corpo e sem mão com um gancho fazendo o papel de mão apareceu solto no ar, no living de um cientista (Don Curtis) enquanto ele e a sua família assistiam a um programa de televisão. A esposa do cientista entrou em pânico. Uma outra senhora despertou pela manhã, assistida por uma ave enorme, com dois olhos esquisitíssimos. As esposas dos cientistas estavam ficando histéricas, e não era para menos!
O homem da CIA, Kennett Crane, achou que as coisas já estavam indo longe demais, quando ouviu o cientista Don Curtis narrar o caso do braço voador que deixara a sua mulher em estado deplorável...
Kennett Crane telefonou para os cientistas pesquisadores: Russel Targ e Hal Puthof convocando-os para uma reunião urgente em Washington.
Os três se encontraram, dias depois, no quarto de um hotel em Washington e coincidentemente, era bem perto da meia-noite !!!
Kennett ouviu com atenção o que lhe contavam os dois cientistas, incluída a história do “Capitão Gancho” moderno, representado por um braço voador com um gancho no lugar da mão.
Soltando um palavrão, Kennett Crane forneceu a sua apreciação sobre esta aparição e fez uma pergunta aos dois cientistas – “É um braço falso? O que vocês pensam disto?”
No momento o qual Kennett pronunciou a palavra “disto” (that) a porta do quarto recebeu um golpe ensurdecedor! O golpeador da porta, ao que lhes pareceu, cogitava derrubá-la de uma só vez. Kennett julgou que estava recebendo uma brincadeira de mau gosto da parte de alguém...
Puthof e Targ, todavia, não pensavam assim. Os dois estavam apavorados, literalmente apavorados. Targ, inclusive, correu para trás de uma cortina sem o mínimo dos constrangimentos e Puthof... correu para o banheiro...
Kennett, bem treinado para ocasiões como esta, abriu a porta antes que ela viesse abaixo e, uma figura quase indescritível estava parada na soleira da porta. Assemelhava-se, vagamente, à uma figura da idade média.
O capitão Gancho medieval passou rente a um boquiaberto Kennett Crane, chegou no meio do quarto entre as duas camas e, com uma voz também indescritível, fez uma importante revelação: “Oh! Acho ... devo... estar... no .... quarto... errado”.
E retirou-se vagarosamente, mas fazendo todo o possível para que fosse constatado que estava faltando um dos seus braços! O Tal que possuía um gancho no lugar da mão.
“Eu prefiro, muito mais, ser um enigma do que qualquer uma outra coisa” – Uri Geller
Vera Filizzola
Do site:Jornal Infinito
Um comentário :
interessante... gostei to tentando me aprofundar cada vez mais em treinamentos e habilidades psiquicas
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