domingo, 3 de julho de 2011

Mistérios do Subconsciente - por Franz Bardon


Assim como a consciência normal, que possui sua morada na alma a age no  corpo,  ou  melhor,  na  cabeça  através  do  cérebro,  o  subconsciente também é uma característica da alma e encontra-se no cerebelo, isto é, na parte  posterior  da  cabeça.  Considerando  a  sua  utilização  prática  na magia,  estudaremos  principalmente  a  função  psicológica  do  cerebelo, portanto, do subconsciente.

Em toda pessoa consciente de seus cinco sentidos a esfera da consciência normal  está  intacta,  isto  quer dizer  que  a  pessoa  está  em  condições  de fazer  uso  contínuo  das  funções  de  sua  consciência  normal.  Como constatado  pelas  nossas  pesquisas,  não  existe  uma  única  força  no Universo, assim como no homem, que não apresente o seu oposto. É por isso  que  podemos  considerar  a  subconsciência  como  o  oposto  da consciência normal. Aquilo que na consciência normal entendemos como pensamento,  sentimento,  vontade,  memória,  razão,  compreensão, reflete-se no nosso subconsciente como um efeito oposto. Do ponto de vis- ta prático podemos encarar nosso subconsciente como nosso oponente. A força instintiva, ou o impulso a tudo aquilo que não queremos, como por exemplo,  nossas  paixões  incontroláveis,  nossos  defeitos  a  fraquezas, nascem justamente dessa esfera da consciência. Na introspecção, a tarefa do aprendiz é decompor o trabalho dessa subconsciência de acordo com a chave  dos  elementos  ou  do  magneto  quadripolar.  É  uma  tarefa gratificante, porque ele consegue uma segurança total através da própria reflexão ou meditação.

A  subconsciência  é  também  a  força  impulsionadora  de  tudo  aquilo que não queremos. Por isso devemos aprender a mudar esse aspecto, de certa forma hostil do nosso eu, para que ele não só cesse de nos prejudicar, mas pelo contrário, ajude-nos a realizar nossos desejos. Para a sua realização no mundo material  o  subconsciente  precisa  de  tempo  a  de  espaço,  dois princípios  básicos  necessários  a  todas  as  coisas  que  devem  ser transferidas do mundo das origens à realidade concreta. Quando tiramos o tempo e o espaço do subconsciente, a polaridade oposta cessa de exercer a sua  influência em nós, a podemos então realizar nossos desejos atravésdesse  subconsciente. É nesse  seu desligamento  súbito que  reside a  chave para o use prático da auto-sugestão. Quando, por exemplo, sugerimos ao subconsciente  que  amanhã,  ou  num  outro  instante  qualquer,  não  nos submeteremos mais  a  alguma  de  nossas  paixões,  como  fumar  ou  beber (ingerir álcool), então o  subconsciente  terá  tempo  suficiente, até o prazo pré-determinado,  de  colocar  obstáculos  diretos  ou  indiretos  em  nosso caminho. Na maioria  dos  casos,  principalmente  numa  vontade  fraca  ou pouco desenvolvida, o subconsciente quase sempre consegue nos pegar de surpresa  ou provocar um  fracasso. Se  ao  contrário, na  impregnação do subconsciente com um desejo nós  lhe subtrairmos o conceito de tempo a espaço, o que passa a agir em nós é só a sua pane positiva; a consciência normal também entra na conexão e a impregnação do desejo apresenta o sucesso  esperado.  O  conhecimento  disso  e  a  possibilidade  da  sua ocorrência são muito significativos, a devem ser considerados por ocasião da auto-sugestão.


A  fórmula  escolhida  para  a  auto-sugestão  deve  ser  obrigatoriamente mantida na forma presente a no imperativo. Portanto, não se deve dizer: "Eu pretendo parar de fumar, de beber", mas sim, "Eu não fumo, eu não bebo", ou então: "Não tenho vontade de fumar, ou de beber", conforme aquilo  que  se  pretende  largar  ou  obter  pela  sugestão.  A  chave  para  a auto-sugestão  reside  na  forma  presente  ou  imperativa.  Isso  deve  ser observado  sob  todos  os  aspectos  a  em  todos  os momentos  se  quisermos conquistar  o  poder  da  influência  sobre  nós  mesmos  através  do subconsciente, com a auto-sugestão. O subconsciente trabalha com mais eficácia a intensidade à noite, quando a pessoa dorme. No  estado de  sono,  o  trabalho da  consciência normal  é suspenso, a predomina o trabalho do subconsciente. Por isso, o momento mais propício para a assimilação de uma fórmula de sugestão é aquele em que  o  corpo  está  sonolento  na  cama,  pouco  antes  de  adormecer,  mas também  logo depois de despertar, quando nos encontramos ainda numa espécie  de meio-sono. Com  isso  não  queremos  dizer  que  não  há  outros momentos  propícios  à  auto-sugestão, mas  os  dois  acima  citados  são  os mais  convenientes,  pois  neles  o  subconsciente  torna-se mais  acessível. É por  isso  que  o  mago  não  deve  nunca  adormecer  com  pensamentos depressivos  a  preocupações  que  influenciem  negativamente  o  seu subconsciente,  pois  este  continua  a  trabalhar  no  mesmo  curso  de pensamento  com  o  qual  a  pessoa  adormece.  Portanto,  é  bom  observar: adormeça  sempre  com pensamentos positivos  a harmônicos, de  sucesso,
saúde a paz.

Antes  de  se  decidir  pela  aplicação  prática  da  auto-sugestão,  faça  um pequeno  colar  de  contas  de madeira  ou  vidro,  com  cerca  de  30  ou  40 contas  (ver  H.  Jürgens,  "Die  Tesbihschnur").  Se  tiver  dificuldades  em conseguir o colar de contas, então use um cordão simples no qual poderá fazer uns 30 ou 40 nós; assim o pequeno objeto auxiliar da auto-sugestão estará  pronto.  Ele  serve  basicamente  para  que  não  se  precise  contar  o número  de  repetições  durante  a  formulação  da  auto-sugestão,  a  assim desviar  a  atenção  do  exercício.  Esse  pequeno  objeto  auxiliar  também serve  para  descobrirmos  quantas  perturbações  surgiram  durante  os exercícios  de  concentração  a meditação  num  determinado  intervalo  de tempo;  para  isso  devemos passar  de  uma  conta  a  outra  ou de um  nó  a outro a cada interrupção.

A aplicação prática da auto-sugestão é muito simples. Depois de formular aquilo  que  deseja  numa  pequena  frase,  levando  em  conta  a  forma presente  a  imperativa,  como por  exemplo: "Eu me  sinto melhor  a  cada dia que passa",  ou  então: "Não  tenho vontade de beber, ou de  fumar", ou: "Tenho  saúde, estou  satisfeito a  feliz", você poderá passar à prática em si. Um pouco antes de dormir, pegue o seu cordão de contas ou de nós a  repita  a  fórmula  escolhida  a  meia  voz,  bem  baixinho  ou  só  em pensamento,  como  achar  melhor, ou  como  lhe  for  mais  adequado  no momento, e a cada repetição pule para a conta ou nó seguinte, até chegar ao final do cordão.  Então você  saberá  exatamente que  repetiu a  fórmula quarenta vezes. O importante  nesse  caso  é  visualizar  ou materializar  plasticamente  o  seu desejo,  isto é,  imaginá-lo como  se  já estivesse concretizado. Se depois de percorrer pela segunda vez todos os nós ou as contas de seu cordão você ainda  não  estiver  com  sono,  continue  imaginando  que  seu  desejo  já  se realizou, até adormecer com esse pensamento. Você precisa tentar levar o desejo para  o  sono. Se  adormecer  durante  a  repetição  da  fórmula,  sem chegar ao final do cordão pela segunda vez, mesmo assim terá alcançado totalmente o seu objetivo. De manhã, quando ainda não despertamos completamente e ainda temos um pouco de tempo disponível, por termos acordado muito cedo, devemos pegar o cordão a repetir a experiência. Existem pessoas que se  levantam várias vezes da cama durante a noite, para urinar ou por outros motivos; assim  elas  poderão  repetir  a  experiência  várias  vezes  a  alcançarão  os resultados com mais rapidez. Deveríamos ainda mencionar quais os desejos que podem  ser realizados através  da  auto-sugestão.  Nesse  caso  vale  uma  regra  geral:  podemos realizar  qualquer  desejo  referente  ao  espírito,  à  alma  ou  ao  corpo,  por exemplo,  o  aperfeiçoamento  do  caráter,  o  combate  às  características negativas,  às  fraquezas,  às  desarmonias,  pedir  a  obtenção  da  saúde,  o afastamento  ou  a  atração  de  situações  diversas,  o  desenvolvimento  de habilidades. De qualquer  forma, não há a possibilidade da realização de desejos  que  não  tenham  nada  a  ver  com  a  personalidade,  como  por exemplo, ganhar prêmios na loteria, etc. Só  devemos  escolher  outra  fórmula  quando  estivermos  plenamente satisfeitos com o sucesso da primeira. Quem se dedicar sistematicamente aos  exercícios  poderá  rapidamente  convencer-se  da  influência  favorável da auto-sugestão a praticar esse método ao longo de toda a sua vida.


Retirado do livro - Magia Prática - Franz Bardon

Um comentário :

Anônimo disse...

Muito bom; obrigado. Colocarei em prática.

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